domingo, 12 de dezembro de 2010

EUA alertaram para imigrantes xiitas no Brasil


GENEBRA - Imigrantes xiitas no Brasil teriam recebido até US$ 50 mil do Hezbollah para abrirem comércios em São Paulo. Em troca, dariam parte de seus lucros para o grupo libanês. A revelação faz parte de dois telegramas divulgados pelo WikiLeaks.
Preocupado com a radicalização de muçulmanos em São Paulo, o governo de Barack Obama monitorou e mapeou a comunidade islâmica no Brasil em 2009. A avaliação era a de que o País teria de 400 a 500 mil muçulmanos, a maioria moderados. Os EUA, porém, apontam uma "nova onda de imigração vinda do Líbano, de maioria xiita, que seria mais radical". "Elementos radicais existem aqui, alguns na área da tríplice fronteira."
Em outro telegrama, a diplomacia americana cita o banqueiro libanês-brasileiro, Salim Schahin, alertando que o "Hezbollah está ganhando adeptos", principalmente entre os imigrantes xiitas. Um dos focos de atenção seria a mesquita de São Bernardo do Campo, liderada por Jihad Hammadeh. Segundo o telegrama, o local "faz um esforço grande para converter brasileiros ao islamismo". "Hammadeh é, em geral, moderado em seus pronunciamentos públicos, mas várias fontes indicam que a linha islâmica que ele promove é fundamentalista."
Documentos responsabilizam também a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, por ter "cassado", em 2007, um projeto de lei que reforçaria o combate ao terrorismo no País. Dilma, então chefe da Casa Civil, teria rejeitado o projeto por questões "ideológicas".
"Apesar de não podermos confirmar definitivamente que a Casa Civil cassou a iniciativa por motivos políticos ou ideológicos, isto é certamente plausível", alertou um telegrama de 4 de abril de 2008, assinado pelo embaixador americano no País, Clifford Sobel.
A lei antiterrorismo foi um anteprojeto elaborado pelo Gabinete da Segurança Institucional. O objetivo era ampliar a tipificação dos crimes de terrorismo para punir ações de facções criminosas, como as deflagradas em São Paulo, em maio de 2006.
O projeto foi criticado por organizações de defesa dos direitos humanos e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, por não definir o que seria um "ato terrorista". O texto considerava "terrorismo", entre outras coisas, a ocupação de prédios públicos e propriedades privadas, o que incluiria ações de movimentos sociais.

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